sábado, 6 de dezembro de 2014

Bridges






 O nosso céu é o mesmo. Vivemos debaixo das mesmas estrelas e da mesma Lua e, todas as manhãs, cumprimentamos o mesmo Sol. As nuvens sob as nossas cabeças são as mesmas: os nossos pensamentos levitam até elas, misturam-se nelas. Passam a ser um só. O pensamento.
 Às vezes não temos a noção do quão pequeno é o globo em que habitamos e quantas possibilidades existem dos nossos caminhos se continuarem a cruzar. À luz dos olhos das crianças parece infinito mas, ao crescer, apercebemo-nos de que somos um mero floco de neve no meio da tempestade. Mas essa tempestade não deixa de ser pequena. O mundo é tão minúsculo que miramos o mesmo horizonte e partilhamos oxigénio. Partilhamos passos na calçada e a cadeira do autocarro. Ambos ouvimos a mesma música e, acima de tudo, partilhamo-nos um ao outro. Não nos apercebemos disso, vamos tentando esconder essa fraqueza de amar com um forte de dúvidas. Muitas vezes esquecemo-nos que nos temos um ao outro. Esquecemo-nos de recorrer um ao outro, ou demoramos a faze-lo. Mas no final, acabamos sempre por nos encontrar. E passamos a ser NÓS.
Afinal de contas, não partilhamos um mesmo horizonte? Seremos esse horizonte: único.